Jamais ninguém vê
Um verão sem poeira
Um ano sem dezembro
Semana sem quinta-feira
Um dia faltar cana
Na zona canavieira
Jamais ninguém vê
Edifício sem altura
Firmamento sem estrela
E oceano sem fundura
E vê uma geração
Sem ter outra futura
Jamais ninguém vê
Desesperro sem aperreio
Quero ver uma capital
Com bonito sem ter feio
E ver uma carta sem selo
Seguir pelo Correio
Porém eu queria ver
Ladrão pra não roubar
Ser humano sem defeito
E sábio pra não errar
E vivendo nesse mundo
Nascer e não se acabar
Jamais ninguém vê
Uma coisa sem autor
Nem vê um ser humano
Que não seja pecador
E dizer que já viu
Um urubu cantador
Quero ver contabilista
Que não saiba contar
Quero ver um rico dizer
Que nunca sentiu uma dor
E quero ver um jurado
Sem juíz e sem promotor
Jamais ninguém vê
Vitória sem derrota
Um árvore envergada
Para ela não ser torta
E coisa muito antiga
Para não ser remota
José Severino Cristóvão
Um verão sem poeira
Um ano sem dezembro
Semana sem quinta-feira
Um dia faltar cana
Na zona canavieira
Jamais ninguém vê
Edifício sem altura
Firmamento sem estrela
E oceano sem fundura
E vê uma geração
Sem ter outra futura
Jamais ninguém vê
Desesperro sem aperreio
Quero ver uma capital
Com bonito sem ter feio
E ver uma carta sem selo
Seguir pelo Correio
Porém eu queria ver
Ladrão pra não roubar
Ser humano sem defeito
E sábio pra não errar
E vivendo nesse mundo
Nascer e não se acabar
Jamais ninguém vê
Uma coisa sem autor
Nem vê um ser humano
Que não seja pecador
E dizer que já viu
Um urubu cantador
Quero ver contabilista
Que não saiba contar
Quero ver um rico dizer
Que nunca sentiu uma dor
E quero ver um jurado
Sem juíz e sem promotor
Jamais ninguém vê
Vitória sem derrota
Um árvore envergada
Para ela não ser torta
E coisa muito antiga
Para não ser remota
José Severino Cristóvão
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